Um ano promissor

O setor de autopeças superou o declínio dos últimos três anos e cresceu 22% em 2017. Saiba quais são as expectativas para 2018 e como a internet pode ser uma grande aliada para o mercado de reposição

O ano mal começou e já temos bons presságios para o setor de autopeças no Brasil. Entre 2014 e 2016, a queda no desempenho da indústria brasileira de autopeças vinha desestabilizando o mercado, que ganhou fôlego em 2017.

Com alta de 22% no faturamento, representando R$ 76,9 bilhões, a cifra pegou de surpresa até o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças),
Dan Ioschpe.

“Foi, de fato, surpreendente, embora o movimento ainda seja de recuperação, a velocidade foi maior que a esperada anteriormente. No início de 2017, o Sindipeças projetava aumento de 6% no faturamento nominal”, revela Ioschpe ao Canal da Peça.

A baixa expectativa deve-se à crise, que proporcionou resultados desanimadores para o setor nos últimos três anos: em 2014, o declínio foi de 8,5%; enquanto em 2015, 17,7%; já em 2016, 4,3%.

Dan Ioschpe, do Sindipeças

A explicação para o avanço de 2017 é simples: “Está havendo recuperação do mercado interno, mas as exportações de veículos e de autopeças têm sido fundamentais nessa retomada”, justifica Ioschpe.

Made in Brazil

Além da retomada da confiança do brasileiro, que passou a investir mais em automóveis, as exportações foram mesmo a cereja do bolo. Segundo relatório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2017 foi o ano em que o Brasil mais exportou em toda a história.

No total foram 762 mil unidades exportadas, representando aumento de 46,5% na comparação com 2016, ano em que mandou para o exterior 520,1 mil. Antes de 2017, 2005 era o campeão nesse quesito: 724,2 mil unidades saíram do País naquele ano.

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Para o consultor Raphael Galante, da Oikonomia Consultoria Econômica, o sucesso da produção brasileira deve se repetir este ano. “A tendência é que o mercado de exportação registre uma nova evolução na ordem de 25% a 30%. Ou seja, o cenário é positivo para o setor de autopeças”, diz.

O salto do setor

Desde janeiro de 2017, as vendas diárias de veículos cresceram, em média, 6,7%, abrindo novas vagas de empregos no setor. Em outubro, foram produzidos 249,9 mil veículos, alta de 42,2% em comparação ao mesmo mês de 2016.

De acordo com a Anfavea, o acumulado do ano apontou crescimento de 25,2%: 2,70 milhões de unidades foram produzidas contra 2,16 milhões de 2016. Já o comércio de veículos cresceu 9,2%, com vendas de 2,24 milhões, ante 2,05 de 2016.

“O ano passado ficará marcado positivamente. Primeiro porque batemos o recorde histórico das nossas exportações e, segundo, porque foi de fato o ano da retomada do crescimento após quatro anos seguidos de queda. Os indicadores melhoraram ao longo dos doze meses, o que permitiu um desempenho aquecido no segundo semestre”, afirma Antonio Megale, presidente da Anfavea.

Mais carros, mais peças

O respiro das montadoras também foi refletido nos fabricantes de autopeças, que voltaram a contratar funcionários por conta da alta demanda.

Para o Sindipeças, este ano poderá atingir a marca de 172,8 mil trabalhadores operando nas indústrias de autopeças – o mesmo número de 2015. Em 2016, estima-se que o setor alcançou o número de 164,6 mil postos de trabalho, 1,5% a mais em relação ao ano anterior.

A expectativa de faturamento é 7,4% maior que o ano anterior, totalizando R$ 82,6 bilhões. O otimismo também é atribuído à nova regulamentação, que substituirá o Inovar Auto, programa que fornecia incentivos fiscais para as montadoras que vinham investir no Brasil.

Batizada de Rota 2030, a política, que deverá ser finalizada em fevereiro, promete trazer resultados de curto, médio e longo prazos, entre eles, segundo o Sindipeças, “regras relativas a emissões, segurança e eficiência energética dos veículos comercializados no Brasil, reduzindo o gap em relação aos principais mercados mundiais; preocupação com o desenvolvimento da cadeia de fornecedores; e incentivo à realização de pesquisa e desenvolvimento, inclusive para autopartistas.”

Para Raphael Galante, este é o ano da virada. “O setor de autopeças se recuperará em 2018. Aliado a isso, tivemos o papel das montadoras que conseguiram abrir novos mercado no setor externo”, complementa.

A transformação já começou

A virada, no entanto, é ainda mais abrangente. Nesse movimento de ascensão, a transformação digital é um termo muito usado no mercado de reposição.

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“A tecnologia está presente na otimização de processos e estoque, e até mesmo na questão de produção de peças”, diz Raphael Galante.

“Nos Estados Unidos, já é realidade grupos de reparação utilizarem impressoras 3D para a fabricação de peças e componentes. Neste caso, eu não necessito de uma peça que está do outro lado do mundo. Eu simplesmente a ‘imprimo’”, complementa.

Compras de autopeças na rede

A internet é uma ferramenta fundamental na transformação. Um estudo realizado pelo Google mostra que a web, sobretudo no setor de autopeças, nunca esteve tão em voga.

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A 2ª edição do Estudo do Setor de Autopeças revela que a procura pela categoria de autopeças vem crescendo a um ritmo de 40% ao ano, enquanto o varejo total apenas 25% no mesmo período.

“Na verdade, é uma tendência mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, a gigante Amazon é referência no comércio eletrônico de autopeças”, afirma Galante.

No Brasil, o Canal da Peça tem se destacado. Com mais de 800 mil ofertas para compra, o marketplace, que reúne varejistas e os principais fabricantes do setor, recebe, em média, 500 mil visitas todo mês. Já a página do Canal da Peça no Facebook alcança duas milhões de pessoas mensalmente.

Alex Stamatto, da Gainer

“O marketplace do Canal da Peça é segmentado para o público que procura por autopeças, dessa maneira, nossa exposição é direcionada exatamente para os clientes que desejamos atingir”, diz o lojista Alex Stamatto, da Gainer.

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Os mecânicos também têm se beneficiado com a rede. “Nós, de oficina, não temos preconceito nenhum com a internet, inclusive, a utilizamos muito para pesquisa e até para compra”, afirma Reinaldo Nadim, proprietário da Foxcar.

“A web trouxe mais fluidez para nossa rotina. Em vez de perdermos tempo ligando para varejistas, pedindo orçamento, em uma busca na internet conseguimos encontrar onde tem o produto e quanto custa. Temos que tomar decisões rapidamente, já que trabalhamos por hora”, diz.

Elias Mufarej, do Sindipeças

Elias Mufarej, conselheiro do Sindipeças, acredita que a internet tem tudo para ser uma forte aliada do setor. “As plataformas eletrônicas serão provavelmente meios de consulta e compra para o varejo e para aplicadores, além de guia de orientação para o consumidor”, opina. A transformação digital, no mercado de reposição, já começou.

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