Canal da Peça explica: Nitro

Nos desenhos animados, em filmes e seriados, muitas vezes vemos personagens e usarem, por brincadeira, um gás que provoca risos e anestesiamento nas pessoas, criando situações que acabam sendo divertidas. Esse gás, composto por dois átomos de nitrogênio e um de oxigênio (N2O), apelidado de “Nitro”, acabou popularmente conhecido como gás hilariante, mas seu nome científico é óxido nitroso.

Como resultado de sua absorção, esse composto causa normalmente efeitos anestésicos um pouco débeis, um leve estado de euforia, além de contrações musculares involuntárias na face de quem o inalou, dando a impressão de que a pessoa está rindo. Mas, se for inspirado prolongada e repetidamente, pode vir a causar náuseas, desorientação e perturbações mais sérias.

Mas nos carros cenários é diferente. A serventia para o N2O é aumentar – e muito – a potência do carango.

Para fazer o seu carrão sorrir

O óxido nitroso pode ser manuseado na forma líquida, em cilindros de alta pressão. Nesta apresentação, o gás é conhecido no meio automobilístico pelo “carinhoso” nome de nitro. O material é aproveitado em motores de combustão interna, com o objetivo de se obter um considerável aumento de desempenho, adicionando torque e potência ao motor do automóvel.

A injeção de óxido nitroso nos cilindros do motor ajuda a aumentar o desempenho da máquina por um período curto de tempo. Isso, logicamente, não vem de fábrica, mas o motorista pode comprar um kit ou “conjunto nitro” para instalar em seu veículo, caso tenha o desejo de alcançar maior potência do que aquela projetada para o modelo de seu carro. Mas como isso funciona?

Para “envenenar” seu carro

O óxido nitroso fica armazenado na forma líquida, sob alta pressão, num compartimento especial. O motorista pode acionar a liberação do nitro através de um botão ou gatilho, que fica instalado no painel do carro, quando achar que é necessária uma maior potência do motor.

Isso significa que esse super desempenho não dura para sempre: a partir do acionamento, certa quantidade da substância, contida em um cilindro específico, passa a ser liberada para o motor por uma mangueira, e o nitro vai sendo reduzido a cada injeção ativada pelo motorista.

Então, basicamente, o “nitro” que chega ao motor passa do estado líquido ao gasoso, e isso diminui o aquecimento da câmara de combustão, elevando a quantidade da mistura ar-combustível que penetra no motor – visto que o gás frio ocupa menos espaço, liberando o local para a entrada de mais moléculas de oxigênio e combustível. Além disso, o óxido nitroso se decompõe nesse processo e libera ainda mais moléculas de oxigênio, que é um dos seus elementos constitutivos, para reagir com o combustível no interior da câmara. Portanto, o uso do nitro proporciona um inegável enriquecendo da queima de combustível: seu resfriamento aumenta a potência exatamente por causa do aumento da densidade daquela mistura ar-combustível – fazendo o carro dar uma super arrancada quase que de cinema! É por isso que dizem que o nitro é usado para “envenenar” o motor.

Cuidados com os excessos

O óxido nitroso, apesar de fornecer oxigênio, que é um gás comburente, para dentro das câmaras de combustão, não é por si só um comburente. Ele é inerte em condições normais de temperatura e pressão de nosso meio ambiente, o que significa que, se o sistema apresentar vazamento, não existe qualquer risco para os ocupantes do veículo.

Vale lembrar a máxima do setor automotivo: o carro é projetado para dar resposta. Em um Corsa, por exemplo, a intenção é que o motor que roda nas ruas funcione de maneira a desempenhar de uma maneira aceitável. Logo, colocar um botijão azul dentro desse sistema pode causar problemas no sistema de combustão, como nas velas, pistões e nos anéis que cuidam desta peça. Caso a diferença de potência seja gritante, é interessante modificar o motor por completo – ou então sofrer com o motor superaquecido.

No entanto, o óxido nitroso deve ser usado com precaução e moderação: a potência extra abate a vida útil do motor e desgasta substancialmente outras peças do carro, como o sistema de câmbio e outras partes mecânicas. Também, apesar de o nitro quase servir de estímulo para a direção temerária, deve-se tomar muito cuidado com o abuso de velocidade. A potência extra, sobretudo para o motorista inexperiente, pode levar à perda do controle do carro e causar acidentes.

Nos EUA, os carros de arrancadas utilizam o sis tema de N2O para os fortíssimos ganhos de velocidade. O vídeo abaixo mostra o efeito do sistema no carro – e como ele fica parecendo um touro indomável.

Quer aprender mais sobre algum componente do carro, manutenção ou práticas de direção? Comente! Sua dúvida pode se tornar o próximo post do blog do Canal da Peça!

 

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