Depois do menor e do mais caro automóvel do planeta, o Canal da Peça presta homenagem a um automóvel que conquistou incontáveis admiradores desde o início de sua produção, em 1964: o Porsche 911. E esta supermáquina continua arrebatando corações até hoje!
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Surgiu para substituir, mas chegou para ficar
No final da década de 1950, os projetistas da famosa empresa automobilística Porsche AG, sediada em Stuttgart, Alemanha, começaram a arquitetar um carro substituto para a sua primeira e única linha de automóveis, o Porsche 356. O projeto do modelo 356 teve por base a carroceria do Volkswagen Fusca do pós-Segunda Guerra Mundial e passou a receber pequenas alterações de design na virada para a década de 1960, com o lançamento das linhas 356B (de 1959 a 1963) e 356C (de 1963 a 1965). Em paralelo, muitos outros protótipos foram projetados e construídos. Um desses exemplares, denominado 901, foi apresentado em 1963 na Internationale Automobil-Ausstellung (IAA), o salão do automóvel de Frankfurt. Seu formato esportivo e suas linhas arrojadas alcançaram imediatamente grande popularidade.
No ano seguinte à exibição no salão do automóvel, por conta de problemas relacionados a direitos autorais com a Peugeot, aquele protótipo que tanto chamou a atenção foi rebatizado para Porsche 911 e teve finalmente seu lançamento comercial, tornando-se, desde então, um símbolo da marca.
Em evolução constante
Desde o primeiro modelo, o Porsche 911 segue em produção, evoluindo a cada novo projeto. Em sua primeira linha, o carro era equipado com motor boxer traseiro de seis cilindros e 130 cavalos, refrigerado a ar – o que permitia um desempenho invejável, chegando a atingir a velocidade de 209 km/h. Era um automóvel de quatro lugares e com câmbio manual de cinco marchas. Em 1965, foi lançado o Porsche 912, com motor de quatro cilindros e 90 cavalos, destinado a condutores menos indômitos.
A linha 911S veio em 1966, mais potente que a anterior, com motor de 160 cavalos. Em seguida, chegou a versão 911 Targa, com painel removível no lugar do teto e barra estabilizadora de aço inoxidável. Ainda em 1967, foram produzidos os modelos 911T, com motor de 110 cavalos, e 911R, com motor de 210 cavalos, em série limitada e com evidente apelo esportivo (obtendo bastante êxito em corridas automobilísticas).
No início da década de 1970, os motores passaram a ter 2.195 cilindradas, trazendo também suas potências e torques aumentados para todos os modelos. A máquina continuou a ser montada na traseira do veículo.
O modelo 911 Carrera RS 2.7, fabricado entre 1972 e 1974, tornou-se um clássico da linha, apresentando um motor maior e com desempenho de 210 cavalos de potência e o inconfundível spoiler traseiro “cauda de pato”. Outras modificações foram surgindo ao longo do tempo, continuando a encantar os fãs do 911, até algo bastante inovador acontecer em 1998.
Um foguete resfriado a ar ou a água
Entre 1964 e 1998, até o modelo 993, o carro seguiu fabricado com motores arrefecidos a ar. Após 34 anos de tradição, em meados de 1997, a família 996 trouxe algo de bastante novo para a Porsche: um motor arrefecimento a água, mantendo-se, porém, a estrutura no formato boxer com 6 cilindros. O carro também apresenta tecnologia mais avançada e econômica.
Os admiradores mais irredutíveis, frente ao modelo 996 e suas versões, costumam tecer várias críticas, porque se diz que a série afronta algumas tradições da marca. Entretanto, apesar dessas discussões, o que não se pode contestar é que todas as variações que a linha recebe, tanto aquelas realizadas pela própria Porsche quanto as modificações feitas por particulares, para corridas ou competições de rally, são um tremendo sucesso no desempenho e na beleza.
A linha 911, já dos seus respeitáveis mais de meio século de idade, não dá sinal algum de parar, e promete continuar encantando as próximas gerações de apaixonados por carros.
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Darren Brode / Shutterstock.com
