Sabia que existem dois tipos de amortecedores telescópicos? Saiba as diferenças entre os amortecedores mono-tubular e bi-tubular
A suspensão é um sistema presente nos veículos que tem como objetivo garantir dirigibilidade ao veículo e conforto aos passageiros.
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Para isso, possui algumas funções mínimas como:
- Manter os pneus em contato constante com o solo
- Resistir ao rolamento do veículo
- Isolar o chassis das irregularidades das pistas
- Rodas devem acompanhar as irregularidades da pista
Um dos componentes presentes na suspensão e que tem grande importância no sistema é o amortecedor.
O conjunto do amortecedor é composto por mola helicoidal ou semielíptica, coxim superior, guarda pó e coifa.
A função do amortecedor é absorver as vibrações, não permitindo que as molas oscilem continuamente. Seu bom funcionamento depende diretamente do estado dos coxins e coifas.
Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina
Há dois tipos de amortecimentos conhecidos, o amortecimento de Coulomb que consiste em amortecer o movimento por atrito e o amortecimento viscoso que consiste em amortecer o movimento limitando a passagem de um fluido por um orifício.
Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina
A grande diferença entre os dois tipos de amortecimento é que a amplitude da vibração varia exponencialmente nos amortecedores viscosos, enquanto nos amortecedores de Coulomb a amplitude de vibração varia linearmente.
Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina
Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina
Os amortecedores comumente utilizados em carros e motos são os amortecedores telescópicos que consistem em um cilindro com um pistão ligado a uma haste, podendo ser mono-tubulares ou bi-tubulares.
As características básicas presentes em ambos os tipos de amortecedores são:
- Presença de válvulas
- Presença de canais de passagem de fluido hidráulico
- Sistema hermético (sistema vedado)
- Depósito sob pressão (normalmente)
Amortecedores mono-tubulares
Este amortecedor possui duas seções: uma câmara de gás, na maioria das vezes o gás é comprimido, e uma área que aloca o fluido hidráulico.
Estas duas seções são divididas por meio de um pistão flutuante, conforme a imagem abaixo:
Fonte: KYB
Esta configuração é composta por uma haste responsável pelo movimento do pistão, um guia e selo que garante o estancamento do conjunto, não permitindo que o fluido hidráulico vaze, além de guiar a haste para que ocorra o movimento linear entre a haste e o cilindro, um pistão que limita a passagem do fluido e um pistão flutuante que separa o fluido hidráulico do gás.
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Como os fluidos são separados por meio do uso de um pistão flutuante e não entram em contato entre si, não há a possibilidade de formação de bolhas no fluido hidráulico permitindo que o rendimento do amortecedor dependa apenas da variação da temperatura (fator que altera as propriedades da viscosidade do fluido).
Suas vantagens são:
- Separação entre o fluido hidráulico e o gás
- Tubo de corpo único
- Alto rendimento
- Montagem simples
Suas desvantagens são:
- Alto custo
- Upgrade em alguns veículos
Amortecedores Bi-tubular
Este amortecedor possui dois cilindros, o cilindro interno é chamado de cilindro de trabalho e comporta o fluido hidráulico, o cilindro externo é o responsável pela câmara de recuperação, nela se encontra o fluido hidráulico junto com o gás a baixa pressão.
Fonte: KYB
Diferente dos amortecedores mono-tubulares, o fluido hidráulico está em contato direto com o gás, isso faz com que o fluido hidráulico apresente bolhas nas horas que o amortecedor trabalha em altas frequências diminuindo consideravelmente a eficiência do mesmo.
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Sua configuração conta com um cilindro interno ou de trabalho que contém o fluido hidráulico, um pistão que controla a vazão do fluido de trabalho, uma haste que controla o pistão, um reservatório ou câmara de recuperação que aloca o gás a baixa pressão, e uma válvula base que controla a vazão do fluido de trabalho entre a câmara de recuperação e o cilindro interno.
Suas vantagens são:
- Baixo custo
- Carregando com gás pressurizado, o problema de bolhas no fluido hidráulico é solucionado
- Presença de uma válvula base que permite ajuste mais preciso
Suas desvantagens são:
- Baixa eficiência em frequências altas de trabalho
- Presença de bolhas no fluido hidráulico
- Desgaste mais rápido que o amortecedor mono-tubular
Fonte: 4×4 Brasil
A aplicação de cada tipo de amortecedor vai depender do uso do veículo mas ambos os tipos dependem do bom estado de conservação dos coxins, coifas e batentes para preservar o amortecedor.
Assista o vídeo abaixo que apresenta a diferença de comportamento entre os dois tipos de amortecedores:
Monotube vs Twintube do canal KYBEurope
Créditos da foto de capa do blog: Shutterstock
Créditos da matéria: Dr. Frederico Barbieri, KYB, Diego Masotti.
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