Entre os fãs de 4×4, o Toyota Bandeirante é unanimidade quando se fala de um carro resistente e robusto, porém a idade e o uso deixam suas marcas. Veja onde deve-se prestar atenção na hora de fechar negócio.
O Toyota Bandeirante é um ícone do 4×4 e da indústria de automóveis do Brasil. No exterior, conhecido como Land Cruiser, o Bandeirante foi um dos pilares da Toyota no mundo e confirmou a qualidade de fabricação da montadora japonesa.
O Bandeirante é descendente do Toyota BJ, veículo produzido sob encomenda do governo americano para a guerra da Coreia, que se assemelhava ao Willys Overland e era exatamente o que os americanos buscavam. A diferença é que o BJ utilizava componentes aproveitados de caminhões da Toyota que o deixava ainda mais robusto.
O motor B-85 3.7 era um seis cilindros parecido com o Chevrolet Stovebolt, pai do motor conhecido em nosso Opala.
No Japão, o Land Cruiser começou a ser fabricado em 1954 e no Brasil, a fábrica da Toyota se instalou em 1958.
O Bandeirante era montado no Brasil em regime CKD até que em 1962, foi inaugurada a primeira fábrica da Toyota fora do Japão em São Bernardo do Campo/SP. Em solo nacional, inicialmente ele era oferecido com motor 2F 4.0 e depois a Mercedes-Benz forneceu o OM-324 diesel que foi bem-aceito pelo torque e baixo consumo de diesel. A carroceria do Bandeirante era feita pela Brasinca e foi mantida praticamente sem alterações do início ao fim de sua produção em 2001.
Veja a seguir algumas dicas do Matheus da SGN Offroad, especialista em 4×4, quais são os principais pontos a serem observados em um Toyota Bandeirante antes da compra e coloque na conta antes de fechar negócio.
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Pontos de lataria
O quadro inferior ao para-brisa, costuma acumular água e também na lateral onde é feita a emenda das chapas. Outros pontos de atenção ficam para o estribo e parte inferior das portas laterais.
Em cima do veículo, as canaletas podem acumular água e consequentemente apresentam corrosão.
Painel abaixo do para-brisa, lateral na junção de chapas, estribos e parte inferior das portas são pontos críticos da lataria
O curvão, que seria a coluna “C” do Bandeirante, também merece atenção, sobretudo onde é fixado o suporte do estepe, que costuma forçar a lata e provocar trincas na pintura, acumulando água.
Pontos de atenção ficam também para a calha do teto, fixação do estepe e lateral traseira esquerda
Matheus ainda relata que algumas partes do Bandeirante são encontradas no mercado paralelo, como lateral e para-lamas, porém alguns pontos não possuem reposição, como o teto e o caixote.
Mecânica
As peças do motor diesel OM-364 da Mercedes-Benz que equipou o Bandeirante até 1993, são encontradas com facilidade no Brasil, a ressalva fica pela baixa potência (cerca de 90 cv e 24 kgfm de torque a 1400 rpm), porém o especialista em Bandeirante relata que a instalação de um kit turbo promove economia e mais potencia para o Bandeirante.
Já o motor Toyota 14B diesel adotado em 1993, é mais linear e vibra menos que seu antecessor, possui 96 cv, e também 24 kgfm de torque, porém este torque máximo aparece a 2.200 rpm.
Até 1981 o câmbio não possuía todas as engrenagens sincronizadas e a partir desse ano, até 1993, o câmbio de quatro marchas recebeu sincronizadores, porém a quinta marcha foi adotada apenas a partir de 1993.
Sempre faça uma checagem geral de mecânica, verifique vazamentos ou fumaça em excesso, sobretudo se o veículo não for mais original.
Acessórios
Alguns itens agregam valor ao Bandeirante. Motores turbinados são comuns, onde é instalado um kit aftermarket.
Ar-condicionado era opcional de fábrica, porém é comum encontrar kit adaptados. Em 1991 a direção hidráulica era opcional e a partir de 1993 item de série. Mateus destaca o uso da direção hidráulica, sobretudo em veículos com rodas e pneus modificados, ele comenta que há também kits aftermarket de direção hidráulica que podem ser instalados em qualquer ano e versão do Bandeirante.
Freios a disco agregam valor, principalmente pelo peso do veículo que passa de 1400 kg. Outro item de segurança é o eixo flutuante que em caso de quebra da ponta de eixo, a roda não se desprende do veículo, um problema comum em carros modificados.
Veja se o tanque é de plástico ou metal, o original é o tanque de metal, porém a condensação do diesel provoca corrosão no tanque de metal quando o veículo não é utilizado por muito tempo. O tanque de plástico evita problemas de ferrugem e previne o entupimento da bomba injetora no caso desse tipo de resíduo.
Veja a seguir o vídeo que produzimos na SGN Offroad onde todos esses pontos são comentados
Foto de capa: reprodução Canal da Peça / Miniatura das redes sociais: Ronai Rocha/Flickr – Creative Commons
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