Petrolífera nacional já produz o combustível com as novas especificações desde o meio do ano e pretende dificultar a vida de quem faz adulterações.
A nova especificação da gasolina produzida pela Petrobras incorporou novos parâmetros de octanagem e densidade. Tal feito, promete reduzir o consumo de combustível e desgaste de peças do sistema de admissão de combustível, tanto em carros carburados, mas principalmente em carros com sistema injeção eletrônica direta e indireta.
Para começar, é importante ressaltar que para determinar a qualidade da gasolina, é necessário usar a medida de peso por centímetros cúbicos, isso está diretamente relacionado a sua densidade. Até o momento, a gasolina poderia variar de 0,68g/cm3 e 0,77g/cm3.
Porém, não havia regulamentação mínima para essa densidade porque a Petrobras dispunha de diversas formas de refino de petróleo e a densidade acabava variando por falta de padrão na fabricação. Sendo assim, facilmente adulterada, a gasolina muitas vezes era misturada a solventes leves, derrubando os valores de densidade do combustível.
A resolução mínima da densidade da gasolina é uma discussão antiga, defendida pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos), para facilitar a calibração dos motores e a melhoria do desempenho e economia.
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Com a nova resolução 807/2020 da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a densidade mínima da gasolina passa a contar com o peso de 0,715g/cm3.
Outra diferença é a classificação em octanagem que passa a ser de 93 RON (Research Octane Number), que é a métrica comum utilizada para a resistência à detonação.
O processo de destilação do combustível também mudou e agora deve ser feito entre 77 e 120ºC. Tal fato, afetará diretamente no desempenho do combustível, melhorando seu poder calorífico, resultando em maior desempenho.
Confira no canal Mecânica Fácil algumas maneiras de identificar o combustível adulterado
Na prática
Segundo a Petrobras, a densidade mínima vai garantir melhor eficiência energética, eliminando perdas na hora da combustão.
Se estiver curioso com relação a qualidade da gasolina, veja abaixo um teste simples que pode ajudar a identificar problemas.
Vantagens
1. Economia
Com a padronização da densidade do combustível, os carros novos serão desenvolvidos com uma base fixa para aproveitamento do poder calorífico de 0,715g/cm3, isso terá impacto diretamente na economia de combustível.
2. Potencia
A métrica RON de octanagem no lugar no padrão atual IAD, padronizará o índice com o utilizado na Europa. Até 31/12/2021, o parâmetro RON será de 92 octanas e a partir de 01/01/2023, o padrão adotado será de 93 octanas.
O padrão de octanagem trará benefícios ao desempenho dos motores, ganhando torque e potência sem o risco de quebras por detonação.
3. Manutenção
Com a nova resolução, a adulteração será dificultada, a consequência é inibir o uso de solventes na gasolina. Tal fato resultará em maior vida útil de mangueiras, bicos injetores e vedações.
4. Preço
Segundo a Pebrobras, a nova resolução da ANP não terá impacto direto no valor do combustível nacional, que já está sendo comercializado com a especificação nova de densidade pela Petrobras desde julho.
5. Redução de emissões
Por conta do maior poder energético com a densidade do combustível mínima, a emissão de gases poluentes será reduzida.
Confira abaixo as características atuais dos combustíveis da Petrobras
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|
 |
 |
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|
OCTANAGEM |
92 |
92 |
102* |
|
ENXOFRE |
50 |
50 |
30 |
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MASSA ESPECÍFICA a 20°C |
>715 kg/m³ |
>715 kg/m³ |
>715 kg/m³ |
|
T50 |
77 a 120°C |
77 a 120°C |
77 a 120°C |
|
ADITIVOS |
NÃO |
SIM |
SIM |
|
CORANTES |
NÃO** |
SIM |
NÃO** |
RON = Research Octane Number.
PPM (parte por milhão) = mg/kg.
T50 = limite mínimo para temperatura de destilação.
(*)Valor típico. Mínimo 97.
(**)Apresenta coloração levemente alaranjada em razão do corante laranja adicionado no etanol anidro.
Fontes: Petrobras | AB | 4machines | ANP
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