Clássicos Canal da Peça: Ford T

O Ford Modelo T, coloquialmente conhecido nos Estados Unidos como “Tin Lizzie” ou “T”, foi o vigésimo projeto da Ford Motor Company, entre outubro de 1908 e maio de 1927. O carro revolucionou a indústria de veículos, já que sua linha de montagem implantou as ideias de eficiência de Ford, fazendo com que o modelo chegasse ao mercado com preços bastante acessíveis. Isso permitiu o consumo em massa pela classe média norte-americana. O Modelo T seria, então, o primeiro carro projetado para a manufatura e a produção em série, substituindo a antiga produção artesanal.

+ A história do Camaro
+ Os 90 anos da BMW
+ A volta da Towner e da Topic
+ Canal da Peça apresenta: Chevrolet Meriva

Além de uma dirigibilidade simples e valor de compra razoavelmente barato, o carro apresentava uma mecânica pouco complexa. Qualquer usuário poderia consertar e substituir suas peças, sem a necessidade de acionar um mecânico.

O desenho e as peças

O projeto do Modelo T começou no terceiro trimestre de 1908, tendo sido precedido pelo Modelo S, que era uma versão melhorada do maior sucesso da empresa até então, o Modelo N. Várias revisões e modificações ocorreram em suas duas décadas de produção.

O exemplar de 1908/1909 tinha um motor de 177 polegadas cúbicas (2,9 L) montado na frente do automóvel, com quatro cilindros dispostos em linha e produzindo 20 cavalos de potência (15 kW) para uma velocidade máxima de 64 a 72 km/h. O motor poderia ser alimentado com gasolina, querosene ou etanol. O sistema de ignição tinha como elemento principal uma bobina trembler, tal como utilizada em alguns motores a gás, ao invés dos caros magnetos que foram empregados em outros veículos da época.

A transmissão

A transmissão era controlada com três pedais e uma alavanca, que foi montada ao lado do banco do motorista. O acelerador era acionado através de uma alavanca no volante. O pedal esquerdo era usado para revigorar o câmbio, controlando as velocidades e o ponto morto. Nesta ocasião, o pedal do meio era utilizado para acionar a marcha ré, e o pedal à direita operava o freio de transmissão. Havia também uma alavanca de chão, para controlar o freio de estacionamento.

A suspensão

A suspensão tinha por base molas semielípticas, montadas transversalmente para cada um dos eixos dianteiro e traseiro. Isso permitiu bastante movimento e autonomia para as rodas, que eram feitas de madeira e precisavam enfrentar ríspidas estradas de terra daquele período. As rodas com raios de aço soldados só ficaram disponíveis em 1926 e 1927. Os pneus com câmaras de ar pressurizado e fios de aço que reforçavam o talão só foram comercializados no Modelo T a partir de 1925. A distância entre eixos era de 254 cm, enquanto que a largura do piso padrão foi de 142 cm, podendo ser obtido por encomenda especial um piso de 152 cm para trafegar em estradas mais vigorosas.

As primeiras versões do Modelo T vinham com um radiador de latão e faróis, originalmente lâmpadas de acetileno de latão, uma buzina e outras peças feitas em bronze. O carro ganhou luzes elétricas em 1915, quando o poder de iluminação foi comutado para a fonte da bateria.

Qualquer cor, contanto que seja preto

Uma frase atribuída a Ford e que ficou para a posteridade tinha a ver com a cor do Modelo T. Dissera à sua equipa de gestão que, no futuro, “Qualquer cliente poderia ter um carro pintado de qualquer cor que quisesse, contanto que seja preto.”

No entanto, nos primeiros anos de produção, entre 1908 e 1913, o Modelo T não estava disponível naquela cor, mas sim nas cores cinza, verde, azul e vermelho. O verde era a cor indicada para os carros de turismo, carros para a cidade e cupês. A tinta cinza estava disponível apenas para os carros da cidade, e a vermelha era somente para os carros de turismo. Em 1912, todos os carros estavam sendo pintados de azul meia-noite, mas com os para-choques pretos.

Foi só em 1914 que o preto fora finalmente implementado de modo exclusivo para todas as versões do Modelo T. Isso porque a tinta preta era mais barata e tinha maior durabilidade. Durante a produção do modelo, foram aproveitados mais de 30 tipos diferentes de tinta preta, em várias partes do carro, com tempos e métodos de secagem diferentes.

O primeiro carro global

O sucesso do carro foi tamanho que o Modelo T da Ford rapidamente passou a ser um carro global. Foi o primeiro automóvel construído por vários países simultaneamente, uma vez que sua fabricação ultrapassou as fronteiras dos Estados Unidos. A partir de 1911, os Modelo T estavam sendo produzidos no Canadá e na Inglaterra. Mais tarde, passaram a ser montados na Alemanha, Argentina, França, Espanha, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Brasil, México e Japão. Sem falar nos vários locais dentro dos EUA, além da sede em Detroit.

Esse vídeo é um exemplo de como funcionava a produção deste clássico modelo. A linha de produção é um processo relativamente comum hoje, mas lembre-se: à época era algo inédito.

Você já conhecia este clássico da história dos automóveis? Quer sugerir um modelo para as nossas próximas colunas? Deixe seu comentário que ele pode virar uma pauta para o blog do Canal da Peça.

Comentários

Newsletter - Receba grátis conteúdo sobre mecânica

SIGA O CANAL DA PEÇA

Marcas

Marketplace

Oficinas Parceiras

Anuncie sua marca!

Sem Parar
PneuStore
Moderninha Smart
C6Bank

Receba grátis conteúdo sobre mecânica

Utilizamos cookies para proporcionar a melhor experiência de navegação dos nossos usuários. Confira os detalhes na nossa Política de Privacidade

Newsletter
Receba grátis conteúdo sobre mecânica

Receba grátis conteúdos sobre mecânica