Com o pé no acelerador

O comércio de carros, motos e peças automotivas na internet deverá avançar 14,3% este ano. Saiba porque o setor tem tido sucesso no varejo virtual e as expectativas de quem já vive a era digital

O setor automotivo sofreu com a crise dos últimos anos, mas ganhou fôlego e promete se recuperar este ano. Ao que tudo indica, o comércio eletrônico vai impulsionar o reaquecimento. Pelo menos, essa é a expectativa da consultoria brasileira E-Consulting.

De acordo com a análise feita recentemente, as vendas no comércio online de carros, motos e peças automotivas deverão gerar R$ 15,2 bilhões ao e-commerce brasileiro em 2018. Cifras que representam crescimento de 14,3% em relação ao ano passado, período que acumulou R$ 13,3 bilhões.

“O e-commerce de automóveis é uma tendência que vai ganhar mais força este ano no Brasil por conta de um esforço conjunto entre a indústria e o comércio, que visam levar aos consumidores virtuais facilidades ligadas à economia e à praticidade”, diz Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting.

Segundo o levantamento, o avanço no cenário virtual também está ligado às facilidades tributário-fiscais por parte das montadoras; ao aumento de ofertas de sites especializados em compra e venda de veículos, bem como a redução de impostos, mesmo que temporária, como forma de estimular as transações de produtos automobilísticos pela internet.

“Antigamente, os canais digitais não eram meios aceitos pelos brasileiros pela falta de confiança na internet. Hoje, com as plataformas digitais e os processos de pagamento mais seguros, o comércio online está muito mais presente na vida dos consumidores”, afirma.

Comodidade e segurança

A comodidade e a segurança figuram entre os itens que mais motivam a comprar online. De acordo com a E-Consulting, 84% dos brasileiros têm a expectativa de realizarem pagamentos por meios online em 2018. Entre as principais razões estão aspectos como comodidade (55%), confiança (46%), segurança (44%) e agilidade (26%) na hora do pagamento.

Para Domeneghetti, a praticidade tem levado mais consumidores e profissionais à rede. “A simplicidade é um dos pontos cruciais para quem consome pela internet. Além disso, o usuário tem um campo mais abrangente de pesquisa e, assim, um leque maior de ofertas”, afirma.

+ Negócio virtual, faturamento real

E no mercado de reposição, a agilidade da internet tem atraído até os mais conservadores. Durante a última edição da Automec, o mecânico José de Sousa fez sua primeira pesquisa pela internet e se surpreendeu com as possibilidades da rede. Morador de Belo Horizonte (MG), até produtos mais complicados foram encontrados na web.

“Peças mais complexas e de baixo giro, que dificilmente iria encontrar em uma loja física, consegui achar na internet. É mais prático e rápido”, elogia Sousa. “Certamente, vou utilizar mais a rede para compras”.

Sem sair da oficina

As pesquisas por telefone e presenciais estão perdendo espaço para as virtuais. “Quando não acho os produtos nos distribuidores, não penso duas vezes e faço as compras pela web”, afirma Roberto Ghelardini Montibeller, da oficina High Tech (SP).

Roberto Ghelardini Montibeller, da oficina High Tech. Foto: Adriano Stofaleti
Roberto Ghelardini Montibeller, da oficina High Tech. Foto: Adriano Stofaleti

Usuário da nossa plataforma, ele aprova a experiência na rede. “Sempre faço cotações no Canal da Peça, que se destaca por ter sido elaborado especificamente para o setor. A plataforma tem agilizado meu trabalho”, garante Montibeller.

+ Leia também: Tecnologia a favor dos mecânicos

Daniel Domeneghetti prevê que, cada vez mais, mecânicos dependerão da internet no dia a dia de trabalho.

“Todas as oficinas do País, praticamente, já têm acesso à internet, seja através do computador ou do smartphone. É natural que as buscas e compras de peças cresçam nesse ambiente”, afirma Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting.

E ele arrisca em um palpite. “A digitalização vai alcançar, pelo menos, 60% do setor em menos de quatro anos”, diz.

Indústria na rede

Ao contrário do varejo e das redes de distribuição, que, aos poucos, se adaptam à digitalização, as indústrias já vivem essa realidade há anos. Que o diga a brasileira Nakata. Antes mesmo da onda dos catálogos eletrônicos e do marketing digital, suas ações já eram bem direcionadas.

“Há 20 anos, nos concentrávamos em e-mails e no site, hoje, há uma gama enorme de interação com nossos consumidores”, diz Sergio Montagnoli, diretor de marketing e vendas da Nakata.

Para ele, a digitalização tem impacto direto nos negócios. “Seja nas transações ou no relacionamento com o cliente, a transformação digital beneficia todas as áreas da nossa empresa”, afirma.

+ Confira a entrevista completa de Sergio Montagnoli

Questionado se os mecânicos também têm usado a rede para comprar peças, Montagnoli é direto. “Sem dúvida. O reparador utiliza para comprar, aprender e comparar preços. Depende da necessidade de cada um. Por isso, repito que o setor precisa investir na internet”, diz.

Quanto mais lojas e grandes companhias estiverem online, mais acessos e negócios serão gerados ao setor. Para Daniel Domeneghetti, tanto o modelo B2B, que envolve empresas, como o B2C, entre empresas e consumidores, prometem crescer na web.

Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting. Foto: divulgação
Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting. Foto: divulgação

“Montadoras, fabricantes e distribuidores estão nesse movimento que facilita a integração dos negócios em um ambiente digital. O modelo B2C também irá crescer no mesmo ritmo. Ambos têm espaço para avançar no País”, afirma.

O novo varejo

Quem vende pela rede também já nota mudanças significativas, tanto na divulgação como no faturamento. “Vendemos online há alguns anos e isso tem feito toda a diferença nos nossos negócios”, diz Jefferson Masullo, sócio-proprietário da Galpão Autopeças.

Há mais de duas décadas na Vila Granada, na zona leste de São Paulo, a visibilidade para todo o Brasil foi um dos pontos que mais chamou sua atenção. “Antes, tínhamos certa restrição em comprar e vender pela internet, tanto que entramos meio desacreditados. Mas começamos a atingir regiões de várias partes do País e percebemos que o futuro estava ali”, afirma.

Veja como é fácil ter sua própria loja virtual

Operando através de e-commerce próprio e pelo Canal da Peça, o resultado do comércio online tem surpreendido positivamente. “Hoje, 40% das vendas vêm da internet”, comemora Masullo.

E o que pensa quem está do outro lado do computador? O mecânico Roberto Montibeller enxerga um caminho próspero para o varejo virtual. “Acredito que, no futuro, as lojas de autopeças vão se transformar nos bancos de hoje: atendimento menos presencial e muito mais pelos canais digitais”, opina.

Para Domeneghetti, a expectativa de Montibeller faz todo sentido. “Comprar um livro é fácil, pois você já tem o nome da obra ou do autor. Roupa já é mais complicado porque você tem que experimentar. Mas comprar peças é mais simples, pois a pessoa que consome esse produto na internet já conhece ou tem suas especificações”, diz. A julgar pelo otimismo do setor, o comércio eletrônico de peças ainda vai longe.

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