O nome Tempra, que em italiano significa “têmpera”, ou em seu sentido figurado “temperamento”, foi justamente o escolhido para nomear o sedã esportivo da Fiat nos anos 90!
O Fiat Tempra foi um carro que marcou o nome da fabricante nos anos 90, primeiramente na Europa onde surgiu o modelo. O modelo desempenharia um papel diferente do que possuía na Europa.
O sedã médio, lançado em 1990 na Itália, foi inspirado no Fiat Tipo. Na Europa, a Fiat possuía outros modelos e outras marcas com sedãs de luxo e o Tempra era um sedã médio, abaixo do Croma.
O intuito da fabricante para o Brasil era posicionar o carro para brigar com o VW Santana, GM Monza e Ford Versailles.
Com design moderno e imponente, traseira curta e tampa do porta-malas elevada, possuía itens exclusivos em relação ao modelo europeu, como retrovisores fixos e ausência do limpador traseiro e setas laterais repetidoras.
Apesar de apenas 4,35 m de comprimento e 1,69 m de largura, o espaço interno se destacava, principalmente em relação ao porta-malas de 413 l.
O modelo Europeu
O modelo europeu foi equipado com motorizações mais “mansas” do que o modelo nacional.
Ele possuía motores 1.4 a 1.9 l, inclusive com versões a diesel e seu interior era mais espartano.
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Com materiais mais simples, banco traseiro rebatível, piscas nas laterais, tampa traseira diferente do modelo nacional conhecido por nós brasileiros.
Nascimento do Fiat Tempra brasileiro
Com 15 anos de atividades no Brasil, a Fiat se consolidou e o Tempra mudou o segmento de carros, que antes era ocupado somente por veículos compacto e plataformas compartilhadas, como o Uno, 147, Fiorino, Oggi e Panorama.
No fim de 1991 o Fiat Tempra chegava ao mercado brasileiro com intenções ousadas.
A Fiat queria um modelo luxuoso, que atendesse as demandas de exigência do público para competir com carros de alto padrão.
Antes de seu lançamento, foram feitas diversas adaptações de modelos para que chegasse apto para o público.
Por exemplo, a suspensão foi modificada, e no lugar do sistema traseiro de braços arrastados, o nacional adotou suspensão independente McPherson que era aplicado a outros modelos, como no Lancia Thema e Alfa Romeo 164, sendo mais resistente e conferindo mais estabilidade do que a do modelo europeu.
O motor também foi retrabalhado e foi derivado do famoso Twin Cam, que foi desenvolvido pelo engenheiro Aurélio Lampredi, um dos mais famosos engenheiros da Ferrari.
Fonte: Jornal Pequeno
Porém no mercado brasileiro, a história não foi só flores. Os mecânicos sofreram muito, devido a falta de conhecido na época do lançamento do veículo e as inovações tecnológicas que o motor trazia na época.
O Fiat Tempra nasceu carburado no território brasileiro, era equipado com o mesmo carburador visto em outros Fiats, o conhecido Weber TLDZ.
Visto que a injeção eletrônica já começava a equipar alguns modelos nacionais, a fase carburada do Tempra durou pouco.
Características do Fiat Tempra
O modelo do Fiat Tempra, na época, era equipado:
- Acabamento caprichado, com opcionais como bancos de couro com regulagem;
- Vidros e travas elétricas;
- Ar-condicionado;
- Direção hidráulica progressiva;
- Toca-fitas;
- Rodas de liga leve;
- Acabamento em madeira equipava a linha Tempra, dividida nas versões básica e Ouro.
Segundo a Revista Quatro Rodas, em um teste realizado em 1991, o motor 2.0l de 99cv do Fiat Tempra, decepcionou.
O carro atingiu 166,6 km/h de velocidade máxima e acelerou de 0-100 km/h em 13,78s. Mas essa era a versão 8v de um motor que renderia ainda mais.
Fonte: Quatro Rodas
Em relação a transmissão, ficou mais curta diminuindo o delay do motor e em 1992, a versão duas portas surge.
A chegada do modelo 16v
Em 1993, é lançado a versão do Fiat Tempra 16v, que foi testado pela Quatro Rodas.
Com quatro válvulas por cilindro, o primeiro motor nacional com injeção eletrônica multiponto de 127 cv. O tempo de 0-100 km/h caiu para 10,54s.
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Componentes do câmbio foram reforçados, assim como a suspensão. Discos de freios equipavam as quatro rodas, auxiliados pelo sistema ABS que era opcional, além de bancos em couro, CD- player e ckeck-control.
Fonte: Quatro Rodas
A chegada do modelo Turbo
Em 1994, a Fiat apresentou o Tempra Turbo. O carro era equipado com um motor 2.0l de 8v, com 165cv e 26,5 kgf.m de torque.
Garagem do Bellote TV: Tempra Turbo do canal Renato Bellote
Com injeção eletrônica e turbina Garrett T3 e o Tempra Turbo superou o desempenho de todos os veículos de época em seu segmento.
Alcançava 212,8km/h e fazia de 0-100 km/h em apenas 8,23s.
Fonte: Quatro Rodas
A suspensão foi retrabalhada e ganhou novos freios.
A distribuição de peso, 61% na dianteira, foi alvo de críticas. O veículo arrastava as rodas dianteiras em curvas.
Fonte: Quatro Rodas
Fonte: Quatro Rodas
O Tempra 8v deixou de utilizar o carburador em 1994 e passou a adotar a injeção eletrônica, produzindo 105 cv.
O sistema de suspensão, freios e o painel eram os mesmos utilizados na versão do Turbo.
Foi importado ainda em 1994, o Tempra SW, versão perua da Fiat.
Fonte: Quatro Rodas
Em 1995, a versão Stile vira a topo de linha e o motor turbo do seu irmão esportivo, passa a ser empregado também no Tempra quatro portas.
Já em 1996, houve a reestilização dos faróis, que ficaram mais estreitos. Outras modificações ocorrem em 1998, como: para-choques, grade frontal, maçanetas e colina pintada de preto.
Fonte: Quatro Rodas
Fonte: Quatro Rodas
O último modelo foi lançado em 1999. Ficou muito pouco tempo em produção, não chegando a completar nem 10 anos de fabricação.
O Fiat Tempra marcou época, sendo o primeiro carro com motor de quatro válvulas por cilindros do Brasil.
Confira alguns comerciais que contam um pouco mais sobre a história do Tempra do canal Canal Markin Rocha
FIAT TEMPRA TURBO X TIPO SEDICIVALVOLE X STILO ABARTH – Duelo de Titãs da Fiat do canal Acelerados
Crédito do texto: Clube do Tempra, Best Cars, Quatro Rodas e Revista Carro
Crédito da foto de capa do Blog: divulgação Fiat
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