A investida digital da MTE-Thomson

Empresa brasileira de autopeças acelera cada vez mais no universo virtual, com a estreia de vídeos-aula sobre gestão de oficina e apoio aos varejistas que apostam no comércio eletrônico

Durante a última Automec, que ocorreu em abril de 2017 em São Paulo, o diretor de marketing da MTE-Thomson, Alfredo Bastos Jr, não escondeu seu otimismo com as ferramentas tecnológicas ao afirmar que o “setor de autopeças seguia um caminho sem volta no universo digital”.

Hoje, meses após a entrevista concedida ao Canal da Peça, Bastos continua empolgado com as possibilidades desse mercado, e apostando ainda mais na internet como ferramenta de união do setor.

“A web tem simplificado a busca por peças e servido como uma incrível vitrine para pequenos e médios varejistas. Todo o setor vive a tal ‘transformação digital’ e todos têm se beneficiado”, diz Bastos.

E desse assunto, a MTE entende bem. Desde 2013, a empresa brasileira disponibiliza um portal próprio, o Compremte.com.br. “Ás vezes me perguntam se estamos vendendo diretamente para mecânicos e consumidores finais. A resposta é não. Apenas fazemos a ponte entre o varejista e o cliente”, afirma.

O portal funciona no modelo marketplace, reunindo varejistas de todo o Brasil que vendem peças da marca. “A ideia é que cada vez mais lojistas tenham nossos produtos, por isso, os incentivamos com ações como cupons de desconto e frete grátis”.

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Além do endereço virtual, a companhia lançou um aplicativo que funciona nos mesmos moldes de seu portal. Por trás das duas ferramentas está a nossa plataforma, Canal da Peça.

“Acreditamos muito nos projetos do Canal da Peça. Evidente que existem algumas falhas, que já vêm sendo ajustadas. Mas não tenho dúvida de que será o principal meio de busca por peças do País, pois a plataforma foi feita especialmente para este mercado. Os marketplaces segmentados são os que têm mais sucesso”, opina Bastos.

Na era digital

Para a imersão no mercado virtual, a empresa teve de digitalizar seu catálogo, que reúne mais de três mil itens. O processo, também realizado pelo Canal da Peça, conferiu mais agilidade para mecânicos e usuários.

Mais de três mil itens compõem o portfólio da MTE-Thomson. Foto: Cleo Resque

“Hoje, o profissional consulta qualquer peça da MTE-Thomson pelo celular. Além disso, tem acesso às fotos e modo de aplicação do produto. Nós economizamos e, ainda, podemos corrigir, com um clique, informações e dados do item”, explica.

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“Antigamente, o catálogo já saía velho da gráfica, pois muitos dados mudam e peças novas surgem. Agora, temos esse poder em nossas mãos”.

A digitalização, de fato, tem sido útil no dia a dia de mecânicos, como é o caso de Luis Bacci, da Mecânica Bacci. “Os catálogos digitais têm agilizado muito nossa rotina. Em uma rápida pesquisa, encontramos os dados que precisamos”, afirma Bacci.

De acordo com Alfredo, a era digital irá transformar a vida de todos. “A transformação digital já começou e os brasileiros vão se surpreender com as possibilidades dessa nova era”, diz Bastos.

Setor mais organizado

Segundo Bastos, a entrada no mercado online também irá “organizar” o setor. “Antes, sabíamos as peças de cor, pois existiam três montadoras no Brasil, ou seja, poucos carros e peças. A partir da década de 1990, tudo mudou: hoje temos 50 montadoras e cada veículo tem, em média, cinco mil peças”, comenta.

“É impossível o varejista ter um espaço físico para atender todos esses veículos. A internet será usada como um grande estoque virtual, sem a necessidade do varejista armazenar todas as peças”.

Mercado online: balanço positivo

Para a MTE, a meta no mercado virtual está sendo atingida. “Está mais fácil ter acesso à nossa linha de produtos e isso faz que a nossa marca seja muito mais lembrada pelos usuários”, diz Alfredo.

“Nosso principal objetivo na internet, no momento, é que o usuário conheça toda nossa linha de peças, além de ter acesso a qualquer produto onde quer que esteja”.

Em relação aos números, no médio prazo as vendas pela internet poderão ter boa representatividade na receita da companhia. “Acredito que, em três ou quatro anos, as vendas pelo portal e pelo aplicativo poderão representar até 15% do nosso faturamento anual”, afirma.

+ Saiba mais: Comércio eletrônico a todo vapor

Se for levado em conta a 2ª edição do Estudo do Setor de Autopeças, realizada pelo Google, a previsão de Bastos será concretizada em breve. O estudo afirma que a procura pela categoria de autopeças na internet vem crescendo a um ritmo de 40% ao ano, enquanto o varejo total apenas 25% no mesmo período.

O potencial do Brasil também foi citado em um importante estudo da consultoria americana Frost & Sullivan. Na análise “O futuro das peças e serviços na área de reposição automotiva”, o Brasil aparece como um dos principais mercados que terão forte crescimento na compra de peças pela internet.

Felipe Zapella, auxiliar de atendimento da MTE-Thomson, já sente o interesse dos brasileiros nas compras virtuais. “Quando algum cliente entra em contato em busca de uma peça, fazemos um rastreamento e indicamos um local mais próximo. Caso ele não esteja perto de nenhum fornecedor ou prefira comprar online, o que acontece bastante, indicamos o nosso portal. Ficou muito melhor, principalmente para quem mora em pequenas regiões e não tem acesso às peças”, diz Zapella.

Uma ajuda extra

Apesar do sucesso do e-commerce no País, as vendas virtuais, segundo Bastos, complementarão as realizadas em pontos físicos. “O varejo tradicional nunca vai morrer. Mas vai ser um desafio interessante, uma briga boa”, diz.

“A grande vantagem do comércio eletrônico é que quem está offline pode, da noite para o dia, ficar online. Inversamente, é impossível. Continuo acreditando que o varejista que ainda não está na internet deverá, rapidamente, ter um canal de venda na web”, afirma.

Veja como é fácil ter sua própria loja virtual

O diretor de marketing também aposta na internet como sendo uma ferramenta importante de comunicação entre o prestador de serviço e o cliente. “A web traz mais proximidade com o usuário, que pode tirar mais dúvidas e ficar por dentro das promoções e novidades do varejo”, comenta.

“Deve dar uma agonia para quem está no balcão e espera alguém entrar na loja. Com a internet, além disso não acontecer, sua vitrine está visível para o Brasil inteiro. As chances de acessarem seu ‘balcão’ é muito maior”.

Para Alfredo, um costume bem comum entre os varejistas pode dificultar a aproximação do cliente. “O varejo tradicional tem a mania de colocar o balcão na frente da loja, o que afasta os consumidores, cria uma espécie de barreira. O varejo, sem dúvida, precisa renascer nesse sentido”, opina.

O segredo é o bom relacionamento

Sem barreiras – ou balcões – que podem atrapalhar a comunicação com seus clientes, o Compremte.com.br mudou o relacionamento da companhia com os parceiros.

Alfredo Bastos Jr, da MTE-Thomson. Foto: Cleo Resque

“Conseguimos explicar o modo de aplicação de uma peça através de vídeos no Youtube, que também são enviados por WhatsApp, e temos estreitado nossa relação com os clientes”, afirma.

+ WhatsApp: a nova forma de comunicação no varejo

Com mais interação, a companhia acredita que tem ajudado a trazer mais negócios para distribuidores e lojistas. “Isso é bom para todos: o consumidor conhece nossa linha e compra do varejo; enquanto o varejo compra do distribuidor; e ele, de nós. É um ciclo que está sendo muito respeitado”.

Em processo de implementação do Chatbot, programa que entende perguntas e responde de forma automática ao usuário, atualmente a comunicação direta tem sido feita pelo chat no site institucional, pelo telefone ou WhatsApp.

“Sou a favor da tecnologia sempre. Costumo dizer que temos que testar todas as novidades, sem medo de errar. Afinal, se ainda não estamos testando, já erramos”, afirma Bastos.

Conteúdo em um clique

A MTE-Thomson é uma das empresas mais engajadas em oferecer conteúdo para o setor automotivo no Brasil. A empresa está à frente do aplicativo Oficina do Saber, destinado a disseminar informações técnicas para reparadores.

O relacionamento com mecânicos fez com que a companhia identificasse um problema recorrente nas oficinas: a má gestão. Há dois anos, a MTE vem desenvolvendo um plano de aulas para frear o fechamento de muitos negócios.

Em parceria com Fábio Moraes, da Ultracar, empresa que disponibiliza programa de gestão para oficinas e centros automotivos, a companhia lançará, ainda este mês, o Curso de Gestão de Oficina. Dividido em 50 capítulos, a cada mês dez vídeos estarão disponíveis no app.

“Os vídeos-aula abordam toda a parte de gestão de uma oficina. Já vi muitas, que eram boas, fecharem por conta da falta de controle. O Brasil tem mais de 40 milhões de carros, sendo que 80% dessa frota é cuidada pela reparação independente. Esses vídeos vão ajudar muitos negócios”, aposta.

+ Oficina na era digital

A inscrição é gratuita e o reparador pode assistir aos vídeos quando puder. “Ele também poderá mandar suas dúvidas sobre tudo que envolve a gestão de uma oficina: desde controle de estoque até questões tributárias”.

Comemoração especial

Em 2017, a companhia completou seis décadas e, para celebrar a data, lançou uma ação que será finalizada ainda este semestre: a restauração de um Passat 1975.

A escolha do automóvel não foi por acaso. Nos anos 1970, a MTE – Metalúrgica Termo-Elétrica foi rebatizada de MTE-Thomson por conta de uma parceria com a americana Thomson International Co.

A joint venture surgiu exatamente para atender às necessidades de um dos sedãs mais queridos da Volkswagen, o Passat. “A partir dessa união, a empresa deu início à fabricação da válvula termostática, peça fundamental para a estreia do Passat no País, em 1974. Por isso, decidimos relembrar esse período”, explica Bastos.

A companhia desembolsou cerca de R$ 4 mil pela versão, que está sendo restaurada por uma equipe de sete pessoas, todos voluntários, entre eles o youtuber Marcelo Tonella. “Como a MTE tem três peças para este veículo, temos muitas doações. Grande parte vêm do Canal da Peça”.

Mão na massa: sete profissionais participam do processo de restauração do Passat

O Passat, que está na fase final da restauração, ganhará a mesma cor verde da MTE-Thomson. “É inédito uma indústria restaurar um veículo. Está sendo muito interessante e divertido”, comenta Alfredo.

MTE para todos, em qualquer lugar

Além dos vídeos-aula e do término do Passat, que, provavelmente, será apresentado em feiras e eventos como um ‘mascote’ da companhia, o objetivo da MTE este ano é estar mais presente nos computadores, celulares e, principalmente, na garagem dos brasileiros.

“Continuaremos firmes nesse canal, sempre dispostos a criar ações de incentivo para ajudar nossos parceiros. Estar na internet nos possibilita isso e já é impossível ficar fora desse universo”, conclui. O setor de autopeças, de fato, já está em um caminho sem volta no universo digital.

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