Sem medo do frete

A taxa de entrega de um produto é um dos maiores entraves do e-commerce atualmente. Mas, em meio à crise, marcas do setor de autopeças, como Bosch, SKF, Delphi e Fras-le, têm investido em um benefício infalível para atrair os consumidores para a rede: o frete grátis

A praticidade e a variedade de opções na internet encabeçam a lista de vantagens do varejo online. Porém, o maior vilão no momento de finalizar a compra ainda é o frete, que varia de acordo com o peso, tamanho e destino final da mercadoria. Muitas vezes, o valor ultrapassa o preço do produto, inviabilizando a transação.

No setor de autopeças, os consumidores também vivenciam esse dilema. “Já desisti de fazer uma compra porque o frete estava três vezes mais caro do que a peça que eu precisava”, afirma o mecânico Ademir dos Santos.

Morador de Macapá, no Amapá, o profissional automotivo tem optado pela internet em apenas duas situações. “Atualmente, compro quando o produto tem valor mais elevado, pois assim vale a pena pagar a taxa, ou se a empresa oferece o frete”, diz.

Na corrida pelas vendas e, principalmente, para conquistar novos clientes, a taxa de entrega gratuita vem sendo utilizada como peça fundamental na estratégia de fabricantes como Bosch, SKF, Delphi e Fras-le.

“As marcas perceberam o poder do frete grátis e disponibilizam, frequentemente, esse tipo de ação em suas páginas. Não há valor mínimo nem restrição de região”, avisa Vinícius Dias, CEO do Canal da Peça, plataforma que desenvolve soluções digitais para o setor de autopeças.

“Dessa maneira, o fabricante consegue divulgar o portfólio para todos os clientes e, assim, fidelizar consumidores. Já os usuários poderão ter acesso a qualquer produto da empresa, sem ter de pagar por isso, independentemente de onde esteja.”

Vantagens para todos

O frete grátis também favorece os negócios de varejistas, que têm utilizado o portal desses grandes fabricantes como vitrine virtual.

No chamado marketplace, os lojistas expõem seus produtos e ainda se beneficiam com as promoções das marcas associadas.

O Canal da Peça, que, além da criação de portais exclusivos, atua com aplicativos, digitalização de catálogos, entre outras soluções digitais, por conta da parceria com os fabricantes, disponibiliza frete grátis ilimitado para os seus usuários.

Lojistas e profissionais do setor automotivo podem vender, garantindo taxa gratuita de entrega para os clientes, e comprar sem pagar frete.

Quem usa, aprova a iniciativa. “Acho sensacional essa possibilidade de oferecer frete grátis para os nossos clientes, pois isso beneficia quem está em regiões afastadas”, diz Emirson Oliveira, do Grupo Frota.

Emirson Oliveira, do Grupo Frota

“Conseguimos atingir consumidores de outras regiões do Brasil e, ainda assim, ser tão competitivo quanto os varejistas desses locais”, afirma o comerciante de Cuiabá, no Mato Grosso.

Os fabricantes também têm benefícios. “Investindo em ações promocionais, como frete grátis e cupons de desconto, também aceleramos nossas vendas”, revela Arnaldo Leonardo, diretor comercial da Delphi para a América do Sul.

Fabrizio Carlini, da Suplauto Autopeças

Para Fabrizio Carlini, da Suplauto Autopeças, a medida tem favorecido seu negócio. “A estratégia de frete grátis ajuda a impulsionar nossas vendas. Muitas vezes, a taxa para algumas regiões é mais alta do que o produto, desmotivando os clientes. Sem dúvida, esse tipo de ação traz mais consumidores para a rede.”

Gratuidade em queda

Mas nem todos utilizam a mesma tática do setor de autopeças. De acordo com a 35ª edição do relatório Webshoppers, promovido pela consultoria brasileira Ebit, as lojas continuam reduzindo a oferta de frete grátis, movimento que está em declínio desde 2014.

No segundo trimestre de 2015, a taxa de entrega gratuita estava presente em 44% dos e-commerces brasileiros; enquanto no último trimestre de 2016, apenas 36% ofereciam a isenção da taxa.

Imagem: reprodução 35ª edição Webshoppers

“Na busca por maior rentabilidade e participação nas vendas, a estratégia das empresas de e-commerce em 2016 constituiu em acompanhar ainda mais de perto o preço dos produtos, prazo de entrega e preço do frete da concorrência, sendo esses os fatores decisivos no progresso de aumento das vendas”, diz Pedro Guasti, CEO da Ebit.

Segundo o relatório, o faturamento do comércio eletrônico brasileiro, em 2016, foi de R$ 44,4 bilhões, cifras que representam crescimento nominal de 7,4% em relação ao ano anterior.

Descontando a inflação do setor, o aumento real foi um pouco menor de 2%. Ainda que não tenha tido expansão expressiva em comparação aos anos anteriores – em 2014, o crescimento nominal foi de 24% e em 2015, 15% -, o resultado foi animador.

Dados do IBGE apontam que o varejo físico, em 2016, encerrou o ano com retração de 6,3% em volume de vendas e em valor vendido. O crescimento nominal atingiu 4,5%.

Comparando os números, o comércio eletrônico cresce mais do que o físico. A expectativa para este ano é alcançar a marca de R$ 49,7 bilhões, 12% a mais do que o último ano.

Menos frete, mais negócios

O comerciante Renato Takahashi é um dos consumidores que valorizam o baixo custo da taxa de entrega. “Compro bastante no Canal da Peça e, o que mais me incentiva, é o frete justo e os cupons de desconto, oferecidos por alguns fabricantes”, enfatiza.

A Pesquisa Conversion do Consumidor Digital 2017, publicada pela agência brasileira Conversion, comprova os efeitos positivos do frete gratuito: 84% dos e-consumidores entrevistados afirmam que comprariam mais pela internet se o frete fosse sempre grátis.

Já o alto custo da taxa de entrega liderou a lista de fatores que desestimulam o cliente a finalizar uma compra, correspondendo a 77%.

O aspirante a mecânico Rosálio Vital também elogia esse tipo de ação. Morador de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, recentemente ele fez o décimo pedido no Canal da Peça utilizando o benefício.

“Sou cliente da plataforma há um ano, pois, no meu município, não consigo encontrar grande parte das peças que procuro”, diz ele, que costuma pagar, no mínimo, R$ 50 de taxa de entrega. “Mesmo assim, vale a pena, pois compro itens mais caros.”

Consumidor das marcas MTE-Thomson, Delphi e SKF, Vital opina que as empresas deveriam investir mais em práticas que privilegiem os clientes virtuais. “É muito bom saber que posso, mesmo longe, comprar itens que não encontro na minha região, sem ter de pagar mais por isso”, afirma.

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