Com engenharia de ponta, fabricantes desenvolvem recursos para motores, suspensão e carroceria, pensando no projeto para entregar o máximo da proposta do carro em desempenho e conforto. Porém, alguns modelos têm particularidades a serem consideradas.
Não é de hoje que após alguns meses de lançamento, modelos com novos recursos mecânicos, costumam aparecer com problemas ainda não conhecidos pelo proprietário em experiências anteriores e até mesmo pelo mecânico.
Além de problemas de projetos que, acabam virando um “mico”, como o Fiat Tipo que pegava fogo, ou o Volkswagen Fox que podia arrancar os dedos de seus proprietários, há também diversos veículos com problemas crônicos de projeto que continuam rodando no dia a dia.
No caso do Mitsubishi Lancer, seu câmbio CVT possui problemas de aquecimento pela falta de um radiador no sistema e é comum proprietários reclamando do barulho do câmbio. Tal problema só foi solucionado com um radiador de óleo após o lançamento do carro.
Outro câmbio que também é motivo de reclamação dos proprietários é o automatizado Powershift da Ford. Um retentor do câmbio costuma apresentar vazamento e as engrenagens são contaminadas por óleo. Alias, o sistema automatizado de acionamento do câmbio foi praticamente abolido pelos fabricantes de poucos anos para cá.
Voltando um pouco no tempo, nos anos 90 a Fiat foi pioneira no sistema multiválvulas e pegou muitos mecânicos desprevenidos com o Tempra. Seu substituto, o Marea, além do sistema de quatro válvulas por cilindro, ainda possuía um cilindro a mais.
O cofre com dimensões apertadas dificultava tarefas corriqueiras como a troca de uma correia dentada e no início, alguns mecânicos realizavam até a retirada do motor para a troca do componente. Outro problema foi a indicação de troca de óleo com intervalos de 20.000 km, algo que até hoje, mesmo com 20 anos de evolução em aditivos, pode acabar com um motor.
Toro MultiJet é um ótimo carro para o dia a dia, porém sua manutenção deve ser feita preventivamente e de forma criteriosa – Fonte: divulgação Fiat
Levando em consideração todo o histórico dos veículos, é recomendado consultar um mecânico na hora de adquirir um carro com mecânica nova, como o Fiat Toro Multijet.
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O Wagner da Royal Motor Sport trouxe um pouco da experiência como mecânico para falar sobre a parte mecânica do Fiat Toro.
No caso das manutenções do Multijet, a Fiat repetiu um erro histórico, com a indicação de manutenção alongada, de 20 mil quilômetros. Wagner recomenda a troca de óleo do veículo a cada 10 mil quilômetros. “Isso já foi um erro um tempo atrás, aqui na Fiat Toro podemos ter o mesmo problema”, relata Wagner.
Como outros sistemas de injeção direta, a carbonização é recorrente no Toro, segundo Wagner, o sistema de recirculação EGR utilizado no modelo, com o tempo provoca carbonização na admissão e necessita de limpeza “a tecnologia melhora o funcionamento do motor, porém traz mais manutenção. A cada 80, 90 mil quilômetros é recomendada a abertura e limpeza do sistema”.
“Para um carro de carga, a suspensão traseira com mola helicoidal e braços independentes na minha opinião é muito frágil. Se você trabalha com uma profissão que costuma carregar carga, não recomendo o modelo carregado”, relata Wagner. “Para rodar no fim de semana, para carregar coisas pequenas, para viagens, é um carro legal. Para rodar no dia a dia não é um carro dispendioso, porém recomendo procurar profissionais qualificados para trabalhar com este carro”, completa.
Confira a seguir toda a avaliação da oficina Oficina Royal Motor Sport sobre o Fiat Toro e as recomendações sobre manutenção do Fiat Toro MultiJet
Créditos da foto de capa: divulgação