O Que Revisar no Carro Antes de Viajar?

revisão de férias veja o que conferir

Revisões periódicas evitam grandes surpresas na hora de viajar, mas caso esteja preocupado com a segurança, alguns itens básicos devem ser verificados

O básico toda oficina e dono de veículo conhece. Sempre a verificação do óleo dentro do vencimento, calibração dos pneus e estado geral da banda de rodagem e palhetas, porém muitas vezes, mesmo o obvio acaba ficando de lado.

Muitas famílias estão aproveitando o fim de ano e a saúde em ordem para programar suas viagens de fim de ano. Quem pouco utilizou o veículo durante o ano todo, pode achar que, devido o baixo uso, não há necessidade de uma grande revisão, mas não é bem assim. Borrachas podem ressecar, a bateria pode arrear e comprometer o passeio. Portanto, acompanhe a seguir alguns itens que se verificados, podem evitar dores de cabeça durante o tempo de lazer durante a viagem.

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Antes de mais nada, é prudente que a agenda do mecânico e do cliente estejam alinhadas. Principalmente em férias de fim de ano, há um movimento maior nas oficinas devido a busca por manutenções básicas e não são todos os veículos que possuem peças de reposição de fácil acesso, porém sempre confira o marketplace do Canal da Peça caso precise de um item complicado de encontrar.

Fluidos

Horas de estrada a fio significam trabalho acima do normal para os veículos utilizados normalmente no trecho urbano. Muitas vezes, dependendo do tempo que o carro é utilizado, ele não chega a alcançar a temperatura ideal de trabalho.

O veículo trabalhando na temperatura ideal, revela muitas vezes problemas que não podem ser detectados em trechos curtos. Fique atento ao período em que os fluídos a seguir foram trocados e caso não tenha esse controle, faça preventivamente.

Na estrada, o motor é submetido a um esforço maior que no ciclo urbano, por isso, é importante checar o nível e a validade de todos os fluidos e seus respectivos filtros, bem como a presença de vazamentos:

  • Óleo do motor

    O óleo de motor trabalha sob temperatura e pressão. Além do período de troca por quilometragem, é necessário verificar a data da última troca. Se o veículo completou 12 meses desde a última troca de óleo, realize a troca, junto com o filtro de óleo.

  • Óleo de transmissão

    Consulte o reparador sobre a verificação do óleo de transmissão, principalmente se o veículo possui câmbio automático ou automatizado. Nos veículos com câmbio DSG da VW e Audi, por exemplo, é aconselhado que o elemento filtrante do óleo do câmbio seja substituído a cada três anos, como mencionamos nesta matéria. Também falamos sobre a manutenção do câmbio AL4 da Peugeot, Citroën e Renault.

    Nos veículos com câmbio manual, não há indicação para troca a menos que o mecânico constate problemas.
    Revisão do sistema de arrefecimento 3 dicas para limpeza e troca do fluído
  • Líquido de Arrefecimento

    Verifique o nível do fluído. Caso esteja baixo, complete com o indicado pelo manual do proprietário. Assim como no caso do óleo, o manual indica qual aditivo deve ser utilizado (orgânico ou inorgânico). Realize a troca completa a cada 2 anos ou 30 mil quilômetros e não utilize apenas água.

  • Fluido de freio

    O nível de fluido de freio deve ser verificado. Assim como nos casos mencionados acima, o manual de manutenção é a chave para a correta manutenção da periodicidade da troca dele, caso não possua o manual de manutenção, use como base 2 anos de uso. Nunca misture o fluido orgânico (DOT 3, 4 e 5,1) com sintético (base de silicone). Verifique o estado do fluido de freio, caso esteja muito escuro, apresentando fuligem, é indicado a troca.

  • Direção hidráulica e embreagem

    Verifique o nível do óleo de direção hidráulica. No caso da embreagem hidráulica, muitas vezes há o compartilhamento do fluído com outros sistemas.

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disco de freio marcas
Marcas nos discos indicam problemas

Freios

Falando em fluído de freio, não se esqueça de verificar o estado de discos e pastilhas, além de lonas e tambor. Os sintomas que indicam problemas nos freios são ruídos ao frear e trepidação.

  • Discos

    Faça uma inspeção visual para ver se há desgaste irregular no disco de freio. Caso haja uma grande borda no disco, é necessária sua retífica ou substituição. Caso perceba trepidação ao frear, indica que o disco está empenado e neste caso, não há reparo, sendo necessária a substituição.

  • Pastilhas

    Caso perceba ruídos constantes ao frear e o disco esteja com desgaste irregular, provavelmente as pastilhas chegaram ao fim de vida.

    Outro indicador é a luz do freio de mão acender ao frear, um sinal de fluído de freio baixo. O nível do fluído abaixa por conta das pinças de freio que, para compensar as pastilhas de freio desgastadas, expõem o êmbolo da pinça de freio para que a pastilha, mesmo que baixa continue a uma distância adequada do disco.
Componentes freio a tambor

Lonas, tambor e cilindro de freio

O freio a tambor nos carros modernos é utilizado na parte traseira do veículo. Além de auxiliar na frenagem durante percursos, nele é acionado o freio de estacionamento (freio de mão). Caso perceba que o veículo está com dificuldade de parar quando é estacionado, é sinal de problemas com ele. Verifique se há marcas de vazamentos.

As lonas realizam o atrito com o tambor do freio, são como as pastilhas dos freios a disco e geralmente tem grande durabilidade.

Vazamentos indicam problema com o cilindro de freio (também chamado cilindro de roda), ele é responsável por acionar as sapatas onde as lonas ficam alojadas.

Veja como identificar problemas de pastilhas com a CR Motorsport

Sistema elétrico

Um dos pontos mais lembrados do sistema elétrico são os faróis dianteiros, se ambas as lâmpadas estão funcionando, porém ele envolve diversos outros pontos.

  • Lâmpadas

    Verifique as lâmpadas de farol baixo, farol alto, lanterna (ou DRL caso o veículo possua) e piscas. Não se esqueça também de faróis auxiliares (longo alcance ou neblina) e também luzes de freio das lanternas e brakelight.

  • Bateria

    Se o veículo está com dificuldade nas partidas diurnas, apresenta zinabre nos terminais ou há deformação na caixa da bateria, é possível que seja necessária sua troca. Verifique a voltagem com um multímetro.

  • Alternador

    Ele está ligado diretamente a problemas com a bateria. Verifique se está realizando o carregamento da bateria e se o regulador de voltagem está mantendo a carga dentro do limite indicado pelo fabricante.

Ignição

O sistema de ignição merece uma boa revisão antes das viagens. Bobinas, cabos de velas e velas podem apresentar problemas. O indício de que o veículo precisa de uma revisão destas peças é aumento do consumo, marcha lenta irregular, motor falhando.

Velas convencionais deterioradas
Velas convencionais deterioradas (foto: Rafael Micheski)

Há diversos tipos de bobinas e o uso depende do veículo. Pode haver uma única bobina que é ligada ao distribuidor por meio de um cabo ou mesmo bobinas individuais que ficam encaixadas diretamente nas velas. Um dos motivos de problemas com bobinas é o superaquecimento, que se dá por sobrecarga. A sobrecarga da bobina é consequência muitas vezes de carbonização das velas.

Os cabos de vela realizam o transporte da alta voltagem da bobina para as velas e dessa forma realiza a centelha para a ignição da mistura de ar e combustível. Há alguns problemas comuns dos cabos que podem ser identificados visualmente como o encaixe ineficiente por conta da oxidação dos plugues, ressecamento da borracha por exposição a altas temperaturas e consequentemente rachaduras. As rachaduras são responsáveis pela fuga de corrente, deixando a ignição precária.

As velas são responsáveis diretas pela ignição da mistura de ar e combustível. Elas devem ser verificadas a cada 10 mil quilômetros segundo alguns especialistas. Há diversos motivo que podem levar a problemas com as velas, como a carbonização por uso de combustível de má qualidade, corrosão do eletrodo principal pelo mesmo motivo e há o desgaste natural das velas.

As velas devem ser verificadas antes de mais nada, pois elas podem revelar outros problemas com o motor. Caso ela esteja suja de óleo, é um indício de problemas de vedação dos pistões e será necessário verificar a compressão dos cilindros para constatar se é necessária a troca de anéis.

Suspensão

A suspensão é um dos sistemas que mais se movimenta no veículo. Composta por itens de metal e borracha como batentes, coifas e buchas, não se restringe apenas a molas e amortecedores, portanto merece atenção.

  • Amortecedores

    Verifique se não há marcas de vazamentos no corpo do amortecedor. Um dos sintomas de problemas com amortecedores é o balanço excessivo da carroceria do carro.

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  • Molas

    Se o carro estiver com a altura abaixo do que é indicado originalmente, é indício de problemas com as molas, impactos secos em valetas ou lombadas também são indício de problemas. Verifique também se não há ferrugem.

  • Coxim de amortecedor

    Os coxins fazem a ligação da carroceria com a torre de amortecedores e das molas no caso do sistema McPherson. Geralmente é composto por metal, borracha e rolamento. Quando a borracha dos batentes apresenta desgaste, consequentemente afetará molas, amortecedores e a própria carroceria, portanto vale verificar.

  • Batente de amortecedor

    O batente é um componente feito de polímero, bem macio. Sua função é impedir que o amortecedor chegue ao fim de seu curso de forma abrupta. Com o tempo, o batente começa a esfarelar e ele deve ser substituído.

  • Coifas

    As coifas, ou guarda-pó, previnem que poeira e detritos contaminem as partes móveis da suspensão, como os amortecedores e homocinéticas. Verifique se há rasgos, desgaste ou se estão ressecadas e providencie a substituição.

  • Buchas

    As buchas são componentes de metal e borracha que estão nas bandejas de sustentação do veículo. Uma característica de problemas com buchas de bandeja são barulhos na suspensão e desalinhamento constante do veículo. Há também buchas da barra estabilizadora que fazem a fixação desta.

  • Bieletas

    Elas fazem a ligação da barra estabilizadora com a torre de suspensão e em alguns casos com a bandeja do veículo. As bieletas são responsáveis por manter a maior parte da banda dos pneus no solo em transferências de direção e curvas.

Alinhamento 3D vs Alinhamento convencional: veja como funciona

Alinhamento

Após verificar o estado geral dos componentes da suspensão é necessário realizar o alinhamento, sobretudo se foi necessária a troca de algum componente.

O alinhamento evitará desgaste irregular dos pneus, além de problemas de direção, como o veículo “puxando” para a esquerda ou direita.

Do alinhamento são verificados os ângulos de ajuste da suspensão do veículo: convergência e divergência das rodas, cambagem negativa ou positiva e cáster positivo ou negativo.

wr autopeças

Problemas de cambagem são caracterizados por desgaste de pneus. No caso da cambagem positiva, os pneus se desgastam mais pelo lado de fora da banda. Em caso de cambagem negativa, os pneus se desgastam por dentro.

Problemas de convergência e divergência são perceptíveis por barulhos de “cantar pneu” em curvas de baixa velocidade e também influenciam no desgaste irregular dos pneus.

No caso do ângulo de cáster fora do padrão, é percebido por problemas em linha reta, onde há problemas de estabilidade em alta velocidade e também dificuldade do retorno do volante para a posição central após uma curva.

tipos de alinhamento

Tipos de Alinhamento – Fonte: Blogs da Tribuna do Norte

Rodas e Pneus

Verifique se há desgaste nos pneus, caso possua desgaste acentuado, providencie a troca. O desgaste irregular nos pneus também indica problemas de suspensão como mencionamos. Caso haja uma ou mais bolhas indicando problemas estruturais no pneu, substitua a unidade.

Trepidação é um dos sintomas de problemas com rodas e pneus que pode indicar falta de balanceamento. Durante o balanceamento, será possível notar se há problemas com as rodas, como amassados.

Pressão dos pneus irregular é sinal de que aquela roda possui algum pequeno furo no pneu ou o ar escapou após pegar algum buraco, faça a calibração e verifique novamente após um período. Além de verificar a pressão correta dos pneus, verifique também o estepe.

De acordo com a Resolução 558/80 do Código Nacional de Trânsito, os sulcos que fazem parte da banda de rodagem devem ter no mínimo 1,6mm de profundidade. Eles são vitais para a correta drenagem da água em caso de chuva, evitando aquaplanagem.

Kit de emergência

Verifique se o carro está com triângulo, chave de roda e macaco em ordem.

vidro traseiro palheta
Verifique o estado geral das palhetas do veículo

Vidros

Assim como os pneus, a boa visão é essencial para a condução segura em caso de chuva. Verifique o estado das palhetas de limpador dianteiras e traseira. A lâmina de borracha das palhetas, com o tempo resseca e ao ser utilizada, acaba criando desenhos no para-brisa, dificultando a visão.

Verifique se o reservatório de água do limpador do para-brisa está completo e realize uma limpeza geral nos vidros antes de viajar.

Outros itens

No caso de você não ter seguido as revisões por um motivo ou outro, confira também o estado destas peças, seja na concessionária ou em uma oficina especializada.

São itens que podem estar funcionando aparentemente bem, mas que poderão apresentar falhas ao serem submetidos ao esforço maior do uso rodoviário:

Veja as dicas da Nakata para revisão e manutenção preventiva para férias

Foto de capa: Wikimedia – Common Copyright

Encontre lojas que entregam peças relacionadas a matéria:

Motor
Amortecedores
Coxins de amortecedor
Barras estabilizadoras
Bandeja de suspensão
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